quinta-feira, 31 de maio de 2012

SÁTIRO II (311-310 a.C.)

Sátiro II foi um rei que governou o Bósforo Cimeriano durante apenas nove meses entre 311 e 310 a.C. Seu reinado é relatado por Diodoro da Sicília. Sátiro II era o filho mais velho de Perisades I. Ele sucedeu seu pai, mas Eumelo, seu irmão mais novo, fez uma aliança com as tribos bárbaras vizinhas levantando uma tropa numerosa para disputar o trono. Sátiro II, a frente de seu exército, marchou contra Eumelo cruzando rio Thates (também conhecido como Thapsis ou Psathis, é um córrego flui para o mar de Azov) indo acampar a curta distância do inimigo. Seu acampamento era entrincheirado atrás dos muitos carros que foram usados para transportar os alimentos. Depois de organizar suas tropas uma longa fila, ele se colocou no centro da falange. Ele tem em seu exército mais de dois mil mercenários gregos e muitos trácios, sendo grande o número de aliados citas (mais de 20 mil homens a pé e quase 10 mil cavaleiros).
Ilustração de cavaleiros citas
Por sua vez, Eumelo tinha como aliado a Arifarnes, rei dos siraces (poderosa tribo sármata que vivia entre o Mar de Azov e as montanhas do Cáucaso), que liderou um grupo de vinte mil cavaleiros e vinte e dois mil homens de infantaria. A batalha, conhecida como Batalha do Rio Thates, foi acirrada; Sátiro II, cercado por seus soldados de elite, começou um combate de cavalaria em direção ao centro do exército inimigo, onde estava posicionado Arifarnes; após pesadas perdas para ambos os lados, Sátiro consegue romper as fileiras inimigas e derrotar o rei trácio. Ele perseguiu os fugitivos e matou a todos que encontrava. Advertido, porém, que seu irmão Eumelo tem a vantagem na ala direita da batalha e pôs em fuga as tropas mercenárias, Sátiro II abandona sua perseguição aos trácios e corre para a ajudar os restante de seu grupo. Ele prevalece na batalha e conquista a vitória.
File:Grave stele 03 pushkin.jpg
Estela do IV século a.C. representando dois guerreiros bosforanos
Arifarnes e Eumelo, derrotados, refugiam-se numa praça fortificada (possivelmente a capital do rei Arifarnes) localizada nas margens do rio Thatis que a rodeia por todos os lados e com águas profundas o suficiente para dificultar o acesso. O lugar também é protegido por falésias e uma grande floresta e tem apenas duas entradas possíveis. Uma é protegida por altas torres e fortificações; a outra, no lado oposto, está numa área pantanosa e é defendida por paliçadas. O forte em si repousa sobre uma fundação que eleva as habitações acima das águas. Sátiro II destrói o campo circundante onde queima aldeias, faz prisioneiros e recolher o saque. Querendo então forçar as passagens ele perde muitos homens no ataque de entrincheiramento e das torres, e é forçado a se retirar. Ele, então, conduziu suas forças no lado do pântano, onde tomou as fortificações de madeira, e, depois de terem sido demolidas, ele atravessa o rio e começa a desmatar a floresta tinha  que atravessar para chegar ao forte de Eumelo.
Representação de cavaleiros citas num bracelete de ouro
O rei Arifarnes, temendo que a cidadela fosse tomada de assalto, decidiu lutar. Estendendo-se por ambos os lados da estrada, os arqueiros prejudicaram os trabalhadores inimigos que derrubavam a floresta. Os homens de Sátiro II passaram assim três dias, em trabalho árduo, cortando madeira suficiente para fazer o seu caminho, mas sob ataque inimigo. No quarto dia, eles se aproximaram do forte, mas são recebidos por uma chuva de flechas; encurralados em um beco sem saída, eles sofreram pesadas perdas. Menisco, líder dos mercenários, os conduz pela trilha, e tendo atingido a muralha, ele é rechaçado, pois as tropas sitiadas estão em número superior. Sátiro II, vendo Menisco em perigo, vem em seu socorro e detém a contra-ofensiva, mas ele é traspassado no braço por uma lança; gravemente ferido, ele voltou para o acampamento onde morreu na noite seguinte. Menisco levanta o cerco e conduz o exército de volta para a cidade de Gargaza; dali ele levou o corpo do rei pelo rio até Panticapeu e entrega-o a Pritanis, seu outro irmão, que lhe rende as últimas homenagens e um magnífico funeral.
Representação do que era a cidade de Panticapeu, capital do Bósforo Cimeriano
Sobre a morte dos irmãos, Eumelo e Sátiro, Diodoro Sículo narra que foram proferidas profecias, um tanto tolas, mas ainda aceita pelos bosforanos. Elas dizem que deus tinha dito a Sátiro para tomar precaução contra o mys (rato) para que esse não lhe causasse sua morte. Por esta razão, ele não permitiu que nem escravo nem homem livre dos que estavam a seu serviço usassem este nome, e ele também temia ratos domésticos e os do campo e estava sempre ordenando seus escravos para matá-los e tampar suas tocas. Mas, embora ele tenha feito todo o possível para afastar sua condenação, ele morreu, atingido no mys (músculo) do braço quando tentava tomar a cidade onde estava Eumelo. No grego a palavra mys é encontrada nos escritos médicos também se referindo a músculo, pois os antigos achavam a forma do músculo parecida com ratos (a palavra portuguesa vem do latim musculus e significa 'pequeno rato'). Quanto à profecia sobre Eumelo veja-se a postagem correspondente.

FONTE:
http://fr.wikipedia.org/wiki/Satyros_II
http://fr.wikipedia.org/wiki/Pritanis_du_Bosphore
Los héroes y las grandezas de la tierra der Fernando Patxot y Ferrer em http://books.google.com
http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Diodorus_Siculus/20B*.html
http://ua-traveling.com/en/article/panticapaeum

Nenhum comentário:

Postar um comentário