quarta-feira, 23 de maio de 2012

LEUCON I (389-349 a.C.)

Leucon I foi rei do Bósforo Cimeriano de 389 a 349 a.C. Ele era filho primogênito do rei anterior, Sátiro I. Seus irmãos foram Metrodoro e Gorgipo e teve uma irmã de nome desconhecido. Embora ele seja chamado de Leucon I, nome de origem grega (Leúkon), houve outro rei chamado Leucon, mas da dinastia anterior, os Arqueanáctidas, do qual pouco se sabe.

Leucon, o Comerciante
Segundo Diodoro Sículo, durante o reinado de Leucon ele desenvolveu laços estreitos com Atenas (continuando a política de seu pai), em condições vantajosas para o abastecimento de trigo da cidade ática: isenção de impostos de exportação e carregamento de navios com prioridade para Atenas. Leucon enviava 400.000 medimni de trigo anualmente a Atenas. O médimnos era uma unidade de capacidade para secos que equivalia a aproximadamente 52 litros. Leucon foi nomeado cidadão ateniense por causa do envio de trigo para aliviar a escassez de 357 a.C. durante a Guerra Social (357-355 a.C.), conflito que opôs Atenas a seus aliados. Muitos atenienses distintos foram a sua corte para gozar de suas liberalidades.
Um trirreme ateniense


Leucon, o Estrategista
Ele foi conhecido na Antiguidade como um estrategista e um disciplinador. Eneias, o Tático, do século IV a.C., foi um dos primeiros escritores gregos a escrever sobre a arte da guerra. Em sua obra Poliorcética ou Comentário Tático sobre como devem Defender-se dos Cercos menciona Leucon I. Segundo o estrategista grego, Leucon demitia seus guardas-costas que tinham dívidas de jogo ou vida desregrada, pois sua lealdade poderia ser posta em dúvida durante um cerco da cidade. Segundo Polieno, outro especialista antigo na arte da guerra, Leucon se envolveu em conflitos com a cidade de Heracleia Pôntica, na Ásia Menor, sobre a qual obteve vantagem. Porém, não sem antes desbaratar uma conspiração dos capitães de sua frota, que tramavam entendimentos com o adversário. Leucon os convocou e disse que eles eram acusados de traição, mas que ele não acreditava nisso; se eles perdessem a batalha, o rei os colocaria sob sua proteção contra represálias vindouras. Tocados pela benignidade do rei, os capitães desistiram de sua traição e foram vitoriosos. Porém, ao retornarem ao Bósforo, o rei mostrou-lhe a prova de sua conspiração e mandou executar a todos. Atribui-se a Leucon o utilizar-se pela primeira vez de mercenários estrangeiros posicionados atrás de sua tropa oficial, pois caso seus soldados retrocedessem da batalha teriam que enfrentar os mercenários: assim seriam obrigados a lutar ou a morrer.
As cidades gregas do Mar Negro
Em outro episódio, Polieno narra que Leucon, ciente de uma conspiração contra ele movida por cidadãos bosforanos, incluindo amigos seus, reúne banqueiros e comerciantes pegando com eles um alto empréstimo com a promessa da conquista de uma cidade muito rica. Com o dinheiro em seus cofres, Leucon convoca seus credores e lhes diz que só haveriam de recobrar seu dinheiro se o ajudassem a dissipar a conspiração. Os credores se esforçaram, inclusive com armas, para eliminar os conspiradores. Ignora-se se o rei devolveu o dinheiro. Segundo Ateneu de Náucratis (entre os séculos II e III d.C.), Leucon dava grande atenção a delatores de conspirações. Não obstante, Leucon foi um monarca poderoso. Ele continuou a guerra de seu pai contra as cidades de Teodósia e Quersoneso com o objetivo de anexar todas as colônias gregas no Bósforo. Ele também fez de Sindike, a terra dos sindos, na península de Taman, em estado vassalo seu, e em uma inscrição da cidade de Ninfeu ele é descrito como arconte do Bósforo, Teodósia, toda Sindike.
O Epigrama de Labrys
O Epigrama de Labrys afirma que Leucon ergueu uma estátua votiva ao deus Febo Apolo e que ele além de ser arconte (magistrado máximo) do Bósforo e Teodósia, expulsou certo Oktamasades da terra dos sindos, que era filho de Hecateu, e depusera seu pai. Outro texto diz que ele era arconte do Bósforo e Teodósia, mas rei de Sindike, dos toretas, dandarios e psessos. A mudança do estatuto político dos bárbaros foi provavelmente relacionada com os seus esforços para se livrar do poder do Bósforo. As cidades gregas do Bósforo e Teodosia preservaram sua autonomia formal e cidadania, mas os bárbaros foram transformados em súditos. Leucon I foi sucedido por seus filho Espártoco II e Perisades I. Um terceiro filho, Apolônio, é mencionado em uma estela encontrada perto de Atena, mas nada mais se sabe sobre ele.

FONTES:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aeneas_Tacticus
http://fr.wikipedia.org/wiki/Leucon_Ier
http://www.ingentaconnect.com/content/brill/acss/2006/00000012/f0020001/art00001#expand/collapse
http://en.wikipedia.org/wiki/Leukon_of_Bosporus
http://library.thinkquest.org/06aug/00336/greek_ships.htm

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