domingo, 6 de maio de 2012

HISTÓRIA - PARTE VII

Um Reino à Deriva
Calígula, sucessor de Tibério no trono imperial, quis reunir o reino do Ponto e o reino do Bósforo, sob a tutela do rei Polemon II do Ponto. Na ocasião governavam o Bósforo Mitrídates III e sua mãe Gepepiris. Porém, os bosforanos se revoltaram, não querendo um rei estrangeiro. Isso levou o imperador Cláudio (41-54), o sucessor de Calígula, a renunciar ao projeto de reunificação. Polemon II decidiu atacar o Bósforo, mas sua ação foi neutralizada por Roma e Mitrídates foi confirmado no trono. Em troca, Polemon recebeu a região da Cilícia, no sul da Ásia Menor. Polemon “governara” o Bósforo de 38 a 41. A paz imposta foi breve: uma nova discórdia surgiu desta vez entre Mitrídates e os romanos. Mitrídates decidiu declarar-se independente. Segundo o historiador romano Dio Cássio, o rei bosforano já até havia preparado uma ofensiva militar contra Roma, mas foi traído por seu irmão Cotis I. Os romanos tiveram que enviar um exército ao Quersoneso em 44 sob o comando do legado da Mésia, Dídio Galo, que tomou Panticapeu. Mitrídates foi derrotado, fugiu para a sua capital e seu irmão Tibério Júlio Cotis I (45-62 ou 63) foi proclamado o novo rei do Bósforo. Galo, em seguida, foi para Roma deixando em Panticapeu uma pequena guarnição sob o comando de Júlio Áquila. Mitrídates aproveitou a situação para tentar reconquistar o seu reino. Ele reuniu seus partidários e com o apoio dos siraces (tribo sármata), marcharam sobre a capital. Cotis I e Áquila, em menor número, se aliaram aos aorses, inimigos tradicionais dos siraces. Esta coligação venceu Mitrídates, que teve que fugir novamente. Depois ele se rendeu ao rei dos aorses, Eunones,  sendo finalmente levado cativo para Roma. 
Márcara funerária de um rei bosforano do
século III a.C.  proveniente de Panticapeu
Deve se notar que o nome Cótis é de origem trácia, típico de muitos reis trácios, inclusive do avó materno de Cótis I, Cótis VIII da Trácia. A partir de Cótis I, muitos reis bosforanos usaram também nomes trácios além dos tradicionais greco-romanos e pônticos. Cotis I, após sua vitória sobre seu irmão, estreitou suas relações com os romanos. Durante este tempo, a Classis Pontica, uma frota romana de 40 navios, com base nas cidades do Bósforo, patrulhava a região do Mar Negro. Na época do imperador romano Nero, sob o pretexto de proteger o comércio de ataques piratas, acabou anexando o Reino do Bósforo ao Império Romano no ano 64. Após a morte de Nero em 68, o sucessor de Cótis, Rescúporis, foi restaurado pelo imperador Galba no Reino, sendo sucedido por Sauromates I, que governou até 123 d.C. O período subsequente, até o fim do reino, é bastante vago. Sauromates foi o nome de vários reis do Bósforo, a maioria são conhecidos apenas através de suas moedas. Estas representam, geralmente, no anverso a cabeça do imperador romano reinante e na parte de trás do rei do Bósforo. A partir desta constatação, os especialistas tentam definir a cronologia dos  reis seguintes, o que é discutível. Parece também que houve uma conjunção de reinos.
Fiale (vasilha para libações) bosforana do século IV a.C.
FONTES:
http://es.wikipedia.org/wiki/Reino_del_B%C3%B3sforo#.C2.ABProtectorado.C2.BB_romano http://en.wikipedia.org/wiki/Bosporan_Kingdom
 http://fr.wikipedia.org/wiki/Royaume_du_Bosphore
 http://www.hermitagemuseum.org/

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