domingo, 6 de maio de 2012

HISTÓRIA - PARTE VI

Dínamis e a Luta pela Independência do Bósforo
Destacam-se as atuações propagandísticas de Dínamis que fez todos os esforços para mostrar o seu desprezo para com os romanos. Em sua busca para manter as tradições iranianas (os reis do Ponto, dos quais Dínamis descendia, eram de origem persa) que estabeleciam certa providência divina aos reis, juntamente com o costume grego de render culto aos heróis, criou uma imagem de sua família afirmando que eles eram apoiados pela Deusa Suprema, que com seu marido divino protegia todo o Universo e, consequentemente, seus súditos mais fiéis, devotos e intrépidos. Com a estabilidade política de Roma após a derrota de Marco Antônio por Augusto (31 a.C.), Dínamis foi considerada amiga de Roma, inclusive sendo-lhe permitido continuar a cunhar sua própria moeda de ouro. 
Moeda com a efígie da Rainha Dínamis
Entre seus legados está registrado que Dínamis mandou esculpir estátuas de mármore em sua honra em todas as cidades gregas do Bósforo Cimério, cujo mármore foi importado da região do Mar Egeu. Em uma de suas estátuas se acha a seguinte inscrição: “ Dínamis, filha do grande Fárnaces, neta do rei dos reis Mitrídates VI Eupátor, salvadora e patrona dos gregos pônticos, amiga dos romanos”. Após a morte de seu marido Asandro, Escribônio, um usurpador que dizia ser neto de Mitrídates VI, assumiu o controle do Reino, tomando Dínamis como esposa para legitimar-se. O general romano Agripa encarregou o rei do Ponto, Polemon I, para restabelecer a situação. Escribônio foi morto pelos habitantes do Reino do Bósforo, com a chegada de Polemon, que se autoproclamou rei, eliminando aqueles que se opunham a ele e casando-se com Dínamis em 16 a.C. Agripa o confirmou no trono e, em seguida, Augusto, que era agora imperador de Roma e seus domínios. Dínamis, que não aceitou de bom grado o casamento, organizou um exército composto principalmente de sármatas para derrubar e matar seu marido. Fracassnado em seu intento, Dínamis exilou-se na Cólquida, onde morreu (14 a.C.). Após a morte de Polemon em 8 a.C., o sucedeu como rei do Bósforo o filho do Dínamis e Asandro, Aspurgo, que adotou o nome de Tibério Júlio Aspurgo como uma demonstração de homenagem à amizade que tinha com Roma e seus imperadores. Todos os reis seguintes adotaram estes dois nomes romanos (Tibério Júlio) seguidos por um terceiro nome, na maior parte de origem pôntica (Mitrídates) e de origem trácia (tais como Cótis, Rescuporis e Remetalces), mas também nomes de origem local (como Sauromates, Eupátor e Inintimeu e Farsanzes e Singes, Terianes e Teotorses e Radamsades).
Moeda com as efígies do imperador romano Tibério e do rei bosforano Aspurgo


Sob a Suserania de Roma 
A partir do reinado de Tibério Júlio Aspurgo, o Reino do Bósforo se consolidou como um estado vassalo do Império Romano, embora a dinastia herdeira da linhagem da antiga casa real do Ponto continuasse a governar. A política de subordinação a Roma foi oficializada através da aceitação por Aspurgo de um tratado de amizade com o imperador romano Tibério em 14 d.C. havendo um segundo tratado com Calígula, sucessor de Tibério. Estes tratados obrigavam aos reis do Bósforo reconhecerem como seus suseranos os imperadores romanos. Durante seu reinado, ele casou com uma princesa trácia, Gepepiris, filha do rei da Trácia, Cótis VIII, e neta por sua mãe do rei Polemon I do Ponto. Os reis pertencentes desta dinastia (a dinastia pôntica ou aspúrgida) prolongaram a cultura pôntica usando seus nomes e calendário no Bósforo (a Era Pôntica, introduzida por Mitrídates VI, se iniciou em 297 a.C.), segundo as inscrições nas moedas da época. Como clara demonstração de subordinação ao Império Romano, as moedas bosforanas além da efígie do rei bosforano trazia a efígie do imperador romano reinante no período.
Pintura de Ivan Shishkin (1879) retratando o cabo de Ai-Todor onde outrora
estava situada a fortaleza romana de Charax
Durante o domínio romano, o reino se espalhou ao longo das costas do Mar Negro, através de uma guerra contínua contra os “bárbaros” apoiados por Roma. Sob a tutela romana, o reino do Bósforo Cimeriano cobria a metade oriental da Crimeia e a península de Taman, e se estendia ao longo da costa leste dos pântanos meótidas para Tanais na boca do rio Don, um grande mercado para o comércio com o interior.Durante este período, os romanos começaram a estender sua influência sobre as cidades gregas do Mar Negro, estabelecendo as tropas em cidades como Quersoneso ou Ólbia, que contaram proteção romana contra as incursões bárbaras. Algumas cidades que não estavam inicialmente nas possessões do Reino do Bósforo ficaram sob a sua tutela. Durante o primeiro século ocorreu o apogeu cultural do Reino, que experimentou um novo período de esplendor econômico e cultural cada vez mais marcado por influências romanas. Durante este período, as cidades antigas foram reconstruídas e outras novas foram fundadas. Os sármatas terminaram estabelecendo-se no reino, fazendo uma grande contribuição cultural. 
Ruínas de Ólbia, Ucrânia

FONTE:
http://es.wikipedia.org/wiki/Reino_del_B%C3%B3sforo#Periodo_p.C3.B3ntico
http://en.wikipedia.org/wiki/Bosporan_Kingdom
http://www.wikipaintings.org/en/ivan-shishkin/cape-ai-todor-crimea-1879

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